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Plano de reestruturação da RTP só é válido até 2012

15 de Novembro de 2011


O ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, disse aos membros do grupo de trabalho para a definição do serviço público que o plano de reestruturação da RTP apresentado em Outubro “refere-se exclusivamente ao horizonte temporal de 2011-2012”.

A frase é citada no relatório do grupo de trabalho, ontem divulgada, e terá sido dita pelo governante aos membros do grupo numa reunião, num momento em que três dos seus membros – José Manuel Fernandes, Eduardo Cintra Torres e Manuel Villaverde Cabral – terão ameaçado demitir-se devido à divulgação, a 24 de Outubro, daquele plano de reestruturação, apresentado pela administração da RTP e por Miguel Relvas.

A apresentação desse plano, antes do prazo para a entrega das conclusões do grupo de trabalho, gerou mal-estar dentro do grupo nomeado por Miguel Relvas em Agosto e levou mesmo à demissão de Francisco Sarsfield Cabral, que na altura não tornou pública a sua decisão.

Houve duas outras demissões dentro do grupo: João Amaral saiu invocando motivos pessoais e a professora universitária Felisbela Lopes, com obra publicada na qual defende a informação no serviço público, saiu por discordar da orientação que estava a ser seguida, que criticou publicamente.

Eduardo Cintra Torres, membro do grupo, criticou ontem a posição assumida por Felisbela Lopes, afirmando que a universitária “não apresentou contributos na área da informação que pudessem ser discutidos”, acrescentando que o grupo não respondeu na altura da demissão por ter decidido manter “um voto de silêncio”.

O relatório final do grupo traduz esse mal-estar e critica algumas das opções do Governo, nomeadamente em matéria de informação: “Em consequência das declarações e factos ocorridos neste período, o grupo de trabalho teme em especial pelo modelo de informação que o Governo aparenta defender, por considerarmos que permitirá perpetuar a influência, quando não a interferência, do poder político, quer na televisão e na rádio públicas, quer na agenda de notícias.”

Uma fonte do grupo contactada pelo PÚBLICO disse que a reunião com o ministro “desfez equívocos” quanto ao alcance do plano de reestruturação da RTP.

No entanto, o plano apresentado pela RTP e por Miguel Relvas é um projecto para o que deverá ser a RTP a partir da privatização de um canal, em 2012, e avança metas para 2013, nomeadamente quanto à sustentabilidade económica e financeira da estação.

M.G. (“Público” 15 Novembro 2011)

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