Já não há jornalistas em Mariupol
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Mstyslav Chernov e Evgenii Maloletka, ao serviço da Associated Press, foram durante muitos dias os únicos jornalistas em Mariupol, revelando-nos o que estava a acontecer na cidade cercada pelas tropas russas e sob bombardeamentos constantes. Foram eles que fotografaram e filmaram as grávidas feridas a serem retiradas de uma maternidade em escombros, os bairros inteiros arrasados, as valas comuns abertas nos jardins da cidade.
Sabemos agora que foram retirados de Mariupol numa operação especial de soldados ucranianos, quando estavam prestes a ser capturados pelas tropas de Putin. “Os russos queriam caçar-nos”, conta Chernov num texto publicado no site da AP, onde relata como ele e Maloletka escaparam ao que parecia ser já uma “morte certa” – mas como se sentiram “envergonhados” por “abandonar” aquela população, que tanto lhes pedia para denunciarem ao mundo o que se ali se passava. Agora, já não resta nenhum jornalista em Mariupol.
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