A guerra pelo controlo da informação
Sabemos há muito que “na guerra a primeira vítima é a verdade”. E enquanto os militares se confrontam no terreno, a tentativa de condicionar os meios de comunicação social prossegue, de um e de outro lado.
A União Europeia anunciou na quarta-feira a suspensão do espaço europeu das emissões dos órgãos de comunicação RT (Russia Today) e Sputnik, “por espalharem propaganda e desinformação”. Uma decisão sem precedentes e que tem gerado aceso debate em vários países-membros.
O Parlamento russo, que já proibira os jornalistas do uso de expressões como “invasão”, “ofensiva” ou “declaração de guerra”, aprovou esta sexta-feira uma nova lei que pune com prisão até 15 anos os órgãos de comunicação social que divulguem “notícias falsas” sobre os militares russos.
A Rússia restringiu também o acesso a vários sites de notícias internacionais, incluindo a BBC e Deutsche Welle, com o mesmo fundamento: divulgação de “informações falsas” sobre a guerra na Ucrânia.
A BBC disse já que continuará a fazer o possível para manter o povo russo informado. “O acesso a informações precisas e independentes é um direito humano fundamental que não deve ser negado ao povo da Rússia, milhões dos quais confiam na BBC News todas as semanas”.
Além dos órgãos de comunicação social internacionais, também deixaram de ser ouvidas as vozes menos alinhadas dentro da Rússia. A direção da Dozhd/TV Rain recusou seguir as regras impostas pelo Kremlin e despediu-se em direto dos espectadores, deixando em transmissão contínua o “Lago dos Cisnes”, o bailado que os canais de televisão russos emitiram quando a União Soviética colapsou.
Comente esta notícia.