Marco Galinha diz que há “20 novos jornalistas” preparados para entrar na Global Media
O presidente executivo da Global Media, Marco Galinha, afirmou na terça-feira que existem “20 novos jornalistas” preparados para entrar na empresa e disse que o objectivo para o grupo é “focado na digitalização”.
Marco Galinha falava na comissão parlamentar de Cultura e Comunicação, no âmbito do requerimento apresentado pelo grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) sobre a degradação laboral vivida no grupo Global Media, que detém os títulos Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN) e TSF, entre outros.
“Temos neste momento 20 currículos que estão preparados para entrar, 20 novos jornalistas preparados para digitalização”, disse o empresário, que é fundador e dono do grupo Bel.
Marco Galinha adiantou que tem “feito reuniões com trabalhadores” do grupo e reiterou que “neste momento não há qualquer atraso” na Global Media, nem “nunca houve um atraso qualquer no salário”.
“Não se esqueçam que eu tomei posse na Global Media em fevereiro e na Comissão Executiva em abril, há muito pouco tempo, eu agora não posso ser o culpado disto tudo”, disse Marco Galinha.
A nossa participação minoritária na Global Media” é uma posição em que “acreditamos ser possível ganhar dinheiro com a digitalização, com o processo de toda transformação que queremos fazer na Global”,acrescentou.
Admitiu que houve alguns atrasos no pagamento de prestações de serviços, mas nunca nos salários.
“A razão de atraso nas prestações de serviços ou sua consultadoria deve-se a uma coisa importante: o grupo Bel tem empresas nos Estados Unidos e noutros países e fomos alertados por uma organização internacional” sobre o PEP [Pessoas Expostas Politicamente], o que pode levar os administradores a ser alvo de responsabilidade criminal “por andar a pagar consultadoria a deputados da nação, ato este que é proibido” pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
Ou seja, é expressamente proibido pagar a deputados e às suas famílias e como teve de ser feito um “levantamento rigoroso” a cerca de “800 casos”, este processo levou a alguns atrasos, afirmou.
Relativamente às sedes dos edifícios do DN e JN, “é um assunto que não me diz respeito nenhum do passado”, disse.
“Se houvesse a possibilidade de os voltar a recomprar para ser a casa da democracia desses jornais, o grupo Bel está disposto a fazer tudo por tudo, num valor justo para recuperar esses edifícios”, admitiu o empresário.
“Ativos não estratégicos sairão da Global Media (…), a Naveprinter andou em processo de venda em mais de três anos, ninguém quis pegar no dossiê e mais uma vez o grupo Bel está preparado para salvar a Global Media, recuperando esses ativos para outro setor que seja possível, mas que não existe neste momento”, prosseguiu.
Sobre o objetivo para a Global Media, Marco Galinha referiu estar focado na digitalização.
“Acredito neste projeto e que é possível ter lucro com a digitalização”, rematou.
Marco Galinha é acionista da Global Media através das Páginas Civilizadas, com 29,75%.
(Lusa/”Correio da Manhã” – 25 maio 2021)
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