Entrega dos Prémios Gazeta 2017
Um acordo de regime, em sede parlamentar, capaz de viabilizar um sistema de apoio financeiro do Estado à Comunicação Social, foi ontem preconizado pelo presidente da República, ao discursar no jantar de atribuição dos Prémios Gazeta, realizado em Lisboa.
Depois de efetuar um diagnóstico sobre a situação de “emergência democrática” do setor, Marcelo Rebelo de Sousa chamou a atenção para a “descida de patamar”, que se vai acentuando. Admitindo não ter resposta cabal para as interrogações que verbalizou – “Qual o limite dessa descida? O Estado não tem obrigação de apoiar?” – mostrou-se favorável a uma “intervenção transversal”, em resultado de um acordo de regime. Consciente de que uma plataforma multipartidária não é fácil de alcançar e de que deve evitar-se a “tentação de abusar” que o Estado muitas vezes demonstra.
Numa sessão marcada por referências, sobretudo dos jornalistas cujo trabalho foi distinguido, às ameaças que pairam sobre a Comunicação Social – fake news, precariedade laboral, agravamento dos problemas financeiros – o presidente do Clube de Jornalistas, que atribui os prémios, salientou que “o valor maior do jornalismo é a sua credibilidade”. Sem esquecer o “quadro movediço” enfrentado pelos profissionais, Mário Zambujal afirmou que num contexto de aceleradas mudanças se exigem “conhecimentos renovados”.
Os Prémios Gazeta, atribuídos pelo Clube de Jornalistas com o patrocínio do Santander Totta e da Galp, foram este ano atribuídos a Luís Filipe Costa (Gazeta de Mérito), Adriano Miranda (Fotografia), Joana Gorjão Henriques (Imprensa), João Santos Duarte e Tiago Miranda (Multimédia), Cláudia Arsénio (Rádio), Pedro Coelho (Televisão), Margarida David Cardoso (Revelação). O “Correio da Feira”, semanário regionalista de Santa Maria da Feira, recebeu o Prémio Gazeta de Imprensa Regional.