JJ #82A edição n.º 82 da revista Jornalismo & Jornalistas, que assinala os Prémios Gazeta 2022, lança o debate sobre o Regulamento Liberdade dos Meios de Comunicação Social. Carla Martins e Nuno Viegas oferecem os seus pontos de vista acerca do diploma, cujo processo legislativo está em curso na União Europeia, perspetivando mudanças a vários níveis. A crise “não é do Jornalismo, é do modelo de negócio”, sustenta Luís Filipe Simões, na abertura de um dossiê que aborda as diversas facetas de um panorama cada vez mais preocupante. A situação n’A Bola, no Jornal de Notícias e na TSF – onde se realizou uma greve inédita, como recorda Filipe Santa-Bárbara –, e a ameaça à sobrevivência do fotojornalismo merecem atenção. (mais…)Prémios de Jornalismo |
Notícias »Reações à morte de Mário MesquitaO Presidente da República afirma, numa nota de pesar publicada no site da Presidência, que “ninguém que tenha vivido a política e o jornalismo portugueses do último meio século ignora o percurso e a personalidade de Mário Mesquita”. Também o presidente da AR, Augusto Santos Silva, lamentou a morte do professor. A ERC, da qual Mário Mesquita era vice-presidente desde 2017, também publicou uma nota de pesar no sítio da instituição. O velório de Mário Mesquita vai decorrer na segunda-feira, dia 30, entre as 18h00 e as 23h00, no Palácio Foz. Reabre às 10h de terça-feira, dia 31. Às 14h00 terá lugar uma cerimónia de homenagem e às 15h00 tem início o funeral para o cemitério do Alto de São João. Notícias »Mário Mesquita (1950-2022)Morreu esta manhã o professor universitário e jornalista Mário Mesquita, vítima de crise cardíaca, na sequência de uma cirurgia realizada ontem. Sócio do Clube de Jornalistas desde a sua fundação, recebeu o Prémio Gazeta de Mérito em 1998. No ano passado, numa homenagem realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, marcada pelo lançamento do livro “A Liberdade por Princípio – Estudos e testemunhos de homenagem a Mário Mesquita” (Ed. Tinta da China), disse que gostava de ver escrito no seu epitáfio: “Morreu o jornalista Mário Mesquita, que, distraído como era, deixou caducar a carteira profissional”. Mário Mesquita nasceu em Ponta Delgada a 3 de janeiro de 1950. Sempre ligado à oposição à ditadura, foi em 1973 um dos fundadores do Partido Socialista. Iniciou-se no jornalismo antes do 25 de Abril, no “República”. Foi diretor adjunto do DN de 1975 a 1978 e depois diretor, 1978 a 1986. Dirigiu também o “Diário de Lisboa” (1989-1990). Voltaria ao DN em 1997 para ser, durante cerca de um ano, seu Provedor dos Leitores. Foi também colunista no Público e no Jornal de Notícias. Mário Mesquita integrava há vários anos o Conselho Regulador da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC), sendo vice-presidente desde 2017. Pioneiro em Portugal do ensino do jornalismo e de Ciências da Comunicação, formado na Universidade de Lovaina (Bélgica), era professor na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa. Formou aqui e, primeiro, na FCSH da Universidade Nova, várias gerações de jornalistas. Foi também fundador do curso superior de jornalismo da Universidade de Coimbra. Ler mais Notícias »O Irão está à beira de se tornar um buraco negro da internetO regime está prestes a aprovar uma nova lei que criminalizaria as VPNs e reprimiria as restantes liberdades da internet no país. O blogger Hossein Ronaghi, um dos 58 milhões de iranianos que usam diariamente a internet, desapareceu em 23 de fevereiro. Um dia antes, havia tuitado contra o projecto de lei de protecção à internet do Irão, que agora está a ser discutido no parlamento. O projecto de lei concede às autoridades poderes para vigiar as actividades online dos cidadãos, no que já é um dos ambientes de internet mais restritivos do mundo. Dois dias após o seu desaparecimento, Ronaghi entrou em contacto com a família desde uma prisão de Teerão, para dizer que estava em greve de fome para protestar contra a sua prisão e contra a nova lei. Notícias »Portugal é sétimo na classificação mundial de liberdade de imprensaA 20ª edição da Classificação Mundial de Liberdade de Imprensa estabelecido pela organização Repórteres Sem Fronteiras revela uma dupla polarização, amplificada pelo caos da informação: polarização dos media levando a fracturas dentro dos países e polarização entre Estados no plano internacional. A lista, que resulta da avaliação das condições para o exercício do jornalismo em 180 países e territórios, demonstra em 2022 os efeitos desastrosos do caos informativo (um espaço digital globalizado e desregulado, que favorece informações e propagandas falsas). Nas sociedades democráticas, o desenvolvimento dos media de opinião no modelo da Fox News e a banalização dos circuitos de desinformação, amplificados pelo funcionamento das redes sociais, provocam um aumento das divisões. Internacionalmente, a assimetria entre sociedades abertas, de um lado. e regimes despóticos que controlam os media e plataformas enquanto travam guerras de propaganda, do outro, enfraquece as democracias. Em ambos os níveis, essa dupla polarização é um factor de intensificação das tensões. Notícias »“Guardian” lança novas diretrizes sobre o uso de redes sociais para jornalistasO “Guardian” atualizou o seu “manual de boas práticas” no uso de redes sociais pelos seus jornalistas, um mês depois do jornal “New York Times” ter feito o mesmo. Uma editora do Nieman Journalism Lab resumiu algumas das normas do Guardian, que se regem por um princípio geral: “pense duas vezes antes de escrever nas redes sociais”. Notícias »ONU alerta para linguagem estigmatizante sobre surto de “Varíola dos Macacos”A ONU advertiu que alguns comentários e informações sobre o surto de infeções com o vírus “Monkeypox”, ou “Varíola dos Macacos”, um parente do vírus que causa a varíola, usam linguagem e imagens que “reforçam estereótipos racistas e homofóbicos”. Notícias »Livro-homenagem a Carlos Santos PereiraO livro “Do Solidariedade ao Afeganistão- Quatro Décadas de Vida de Repórter” (Ed. Coilibri), é apresentado esta segunda-feira, 23 de maio, às 18.00, no Instituto de Defesa Nacional, em Lisboa. Artigo de Leonídio Paulo Ferreira, no Diário de Notícias: “Tenho pensado muito sobre o que escreveria o Carlos Santos Pereira sobre a guerra na Ucrânia se não tivesse morrido faz agora um ano. Conheci-o em 1993, quando começou a colaborar com o DN e, acabado de chegar da Bósnia na sua BMW, se sentava ao meu lado e comentava ‘vamos lá aviar a prosa’. Na época, ainda se fumava nas redações e o Carlos (sim, vou ter de o tratar assim) tinha paixão por cachimbos, tanta como dizer meia dúzia de palavrões enquanto escrevia, ao mesmo tempo que pelo canto do olho tentava perceber se as jornalistas da secção Internacional, em especial a Lumena Raposo e a Ana Glória Lucas, se escandalizavam. Era, creio, uma forma de combater o stress, um stress que tinha muito que ver com a forma totalmente dedicada com que encarava a profissão. Para ele, coragem e saber eram duas faces da mesma moeda para quem queria ser o que às vezes se chama um repórter de guerra. No livro homenagem ao Carlos que hoje é apresentado no Instituto de Defesa Nacional, em Lisboa, às 18.00, está uma reportagem feita em 1993 em Srebrenica para o DN que testemunha bem como sabia aliar bravura e conhecimento. Estão muitas outras do mesmo valor, publicadas ao longo dos anos também no Expresso, no Público, na Lusa e no Le Monde Diplomatique – edição portuguesa.” Notícias »Estatuto EditorialA revista “Jornalismo & Jornalistas”, editada pelo Clube de Jornalistas e também alojada no site clubedejornalistas.pt, rege-se, no exercício da sua atividade, pelo cumprimento rigoroso das normas éticas e deontológicas do jornalismo. Defende o pluralismo de ideias, pautando-se pelo princípio de que os factos e as opiniões devem ser claramente separados. É independente do poder político, do poder económico e de quaisquer grupos de pressão. Tem como objetivos constituir-se como:
A “Jornalismo & Jornalistas” procura situar-se, tanto no que se refere aos temas como às formas de abordagem, num registo intermédio entre o tratamento próprio da imprensa diária ou semanal e o aprofundamento teórico característico das publicações académicas. A “Jornalismo & Jornalistas” não é uma revista de noticias sobre a atualidade, ainda que tendo a preocupação de abordar temas atuais e mesmo polémicos. Não é uma revista de estudos e ensaios, ainda que cada número inclua textos desse @po. Análises de maior desenvolvimento e ambição coexistem com géneros jornalís@cos mais “leves”, num esforço de complementaridade susceKvel de proporcionar leituras diversificadas e um cumprimento adequado e atraente dos obje@vos referidos. A “Jornalismo & Jornalistas” é, naturalmente, uma revista de jornalistas e essencialmente a eles dirigida. De todos esperamos críticas, sugestões e participação, sem as quais não alcançaremos os fins a que nos propomos. Simultaneamente, e porque entendemos que o Jornalismo e os jornalistas não se devem fechar sobre si próprios – como se fosse possível ignorar a sua íntima ligação à sociedade, da qual são um reflexo, mas sobre a qual exercem influência –, procuraremos que a “Jornalismo & Jornalistas” seja também partilhada por outros profissionais da informação, professores, investigadores e estudantes. Por todos quantos, enfim, motivados ou não por razões de trabalho, se interessam por estas problemáticas e são sensíveis à sua crescente importância social. Notícias »CMTV assina parceria com BFM TV para cobertura da guerra na UcrâniaA CMTV anunciou esta quarta-feira a assinatura de um protocolo com o canal de informação francês BFM TV, da Altice Media, para a compra de reportagens realizadas pelos enviados especiais da estação francesa à Ucrânia. A BFM TV é líder de informação em França. Notícias »Audio, o meio menos stressante para as notícias? Sim e não…Ouvir o conteúdo de notícias é menos desgastante e, portanto, mais gratificante do que lê-lo? Bem… sim e não. Para os jornalistas habituados à leitura em diagonal de histórias nos seus telefones, o pensamento de poderem reclinar-se e deixar uma voz sedosa passar por eles tem um apelo óbvio. Por outro lado, a natureza visceral do áudio pode tornar os podcasts e a rádio mais íntimos, imediatos e possivelmente traumáticos – escreve o jornalista John Crowley, que vai explicar numa conferência em Londres, no próximo dia 24, como os gestores de media podem construir redacções resilientes adequadas ao panorama digital de hoje. Pesar os benefícios de um meio sobre o outro pode parecer como comparar maçãs e laranjas. Os jornalistas lêem ou ouvem conteúdos de várias maneiras para trabalho ou lazer – e em diferentes momentos do dia – então, escolher entre ambos é (claro) uma falsa dicotomia. |
“O que está a acontecer no mundo não é só profundamente imoral, mas também suicida” (Entrevista com Noam Chomsky, in “Diário de Notícias”)